Numa sessão promovida de forma excelente pela Junta de Freguesia de Penamacor e o seu Presidente António Gil, o capitão de Abril Duran Clemente, agora coronel na reforma, apresentou a sua obra de “Crónicas de Um Insubmisso” na qual , para além das suas “Memórias e Percursos”, também elas a passar muito por esta vila beirã na qual viveu e estudou até ao 14 anos de idade e enquanto seu pai era aqui 1º Sargento da 1ª Companhia Disciplinar, refere com grande precisão de, por vezes esquecidos elementos, os “Caminhos de Abril” no imediatamente antes, com especial relevância para o “Movimento dos Capitães e do MFA na Guiné”, assim como o momento histórico do dia 25 de Abril de 1974
Com coordenação de Francisco Abreu e Introdução da Historiadora e Antropóloga Dra. Dulce Simões, autora do Posfácio, a sessão contou com a presença de diversos órgãos de Comunicação Social regional e muitos outros convidados de toda a região beirã, assim como motivou o interesse de muitos penamacorenses interessados na História local dos anos em que o Autor aqui permaneceu e conheceu o ambiente social local e de relacionamentos entre a população penamacorense e os militares aqui a cumprir o seu serviço militar obrigatório.
No Posfácio, Dulce Simões tem oportunidade de escrever, tal como considerou na sua intervenção, que “as crónicas de Duran Clemente estabelecem o equilíbrio temporal entre o passado e o presente”, tal como as questões colocadas pelo público presente procuraram esclarecer através dos pareceres e memórias de Duran Clemente.
Em outros Capítulos da obra, Duran Clemente aborda ainda “Da Revolução à Contra Revolução”, os “Tempos de “Normalização Democrática”, assim como “Na Sociedade do Espectáculo”, incluindo ainda diversos documentos por si protagonizados na Comunicação Social entre os anos 1975 e 2021, ano em que concedeu uma esclarecedora entrevista ao “Jornal do Fundão”. Na sua intervenção reconhecida à Junta de Freguesia de Penamacor e aos seus sentimentos de “filho adoptivo de Penamacor”, Duran Clemente deixou bem presente a esperança de que um maior esforço e empenho na Educação e na Cultura possam contribuir para que as novas gerações nascidas já no pós-25 de Abril reconheçam os imensos benefícios de se viver em Democracia porque valerosos Capitães e muitos outros militares, por vezes esquecidos na fugaz e insípida informação, fizeram uma revolução na busca da Liberdade e da Dignidade, colocando fim a um anquilosado e apodrecido regime ditatorial.

Fonte: O Regiões