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Guia Turístico
A vila de Penamacor destaca-se não só por concentrar um conjunto de serviços sociais e administrativos importante, mas também pelo notável património edificado, onde sobressai a zona monumental do Castelo. Aqui, podemos admirar a imponente Torre de Menagem e a grandiosidade da paisagem que dela se avista; a graciosa Antiga Casa da Câmara, assente sobre a antiga Porta da Vila; a forte muralha medieval e a Torre de Relógio. Já fora de muros, deparamos com o singular e elegante Pelourinho e, logo abaixo, com o magnífico portal manuelino da igreja da Misericórdia, expressão do gótico final português. Descendo pelas ruas estreitas, descobrimos a igreja de São Tiago, que, tal como a Misericórdia, remonta ao século XVI. É o principal templo de Penamacor. Nas suas imediações encontram-se alguns dos mais interessantes exemplos de arquitetura civil da vila, como o Solar do Conde, que alberga a Biblioteca Municipal; a Casa do Dr. Elvas e a casa dos Pina Ferraz, hoje sede da Reserva Natural da Serra da Malcata. Do Largo D. Bárbara acede-se ao ex-Quartel Militar, edifício que lembra o importante passado histórico de Penamacor como Praça de Armas e onde se instalou o Museu Municipal. Uma escadaria monumental leva-nos ao Jardim da República, local ideal para repousar, tomar um refresco ou saborear um café. Mais além ergue-se o edifício dos Paços do Concelho, sede do poder autárquico municipal, datado de 1867. Perto, situa-se o convento de Santo António, relíquia arquitetónica do século XVI, cujo interior da igreja apresenta uma extraordinária decoração em talha dourada, que impressiona pela riqueza artística e carga simbólica que ostenta.
Saindo de Penamacor e rumando ao sul, tomamos Pedrógão de São Pedro como ponto de partida para um passeio onde cada lugar se assume com identidade própria, cujos valores patrimoniais se interligam e completam entre si. Pedrógão apresenta talvez o núcleo urbano mais pitoresco e compacto de todas as freguesias do concelho, com as suas ruelas estreitas e construções em granito, que tem por centro o Calvário e a Capela de Santo António. Já de saída, a caminho de Bemposta, fica-nos na retina a bela silhueta do velho burgo.
Em Bemposta, surpreende a arquitetura popular, com os seus balcões típicos, e a descoberta do orgulhoso Pelourinho, erigido entre a capela do Espírito Santo e a Antiga Casa da Câmara, testemunhos da autonomia administrativa e judicial de que esta terra gozou até 1836, ano em que passou a integrar o concelho de Penamacor, em consequência da reforma administrativa liberal. Por perto, conservam-se ainda as ruínas do Castelo, que reforça o sentimento de um passado historicamente rico. No pequeno Núcleo Museológico instalado na capela de São Sebastião, podemos apreciar um interessante conjunto de estelas funerárias de rara tipologia.
Seguimos pelo caminho rural que nos conduz a Águas, aldeia onde, a par de antigas e respeitáveis construções, deparamos com um precioso modelo de arquitetura religiosa vanguardista, a igreja Matriz, da autoria do arquiteto Nuno Teutónio Pereira, que, com esta obra, datada de 1951, inaugura um novo modelo da arquitetura religiosa portuguesa, razão porque é hoje objeto de visita e estudo por parte de estudantes de arquitetura de todo o país. Em Águas, podemos ainda tratar reumatismos, dermatoses e doenças bronco-respiratórias na sua pequena, mas eficaz unidade termal.
Retomando a estrada, chegamos a Aldeia do Bispo, terra onde foi achado o célebre tesouro da Lameira Larga, do período romano, de que faz parte a artística pátera em prata representando o mito de Perseu e Medusa, que hoje se encontra no Museu Nacional de Arqueologia. Vale a pena percorrer algumas das suas bonitas ruas, atentos aos sinais que aqui e ali nos dão pistas de um passado antigo.
Rumo a Aldeia de João Pires, atentemos na Cruz do Rebolo localizada à direita da estrada, antes de entrarmos, porventura, na mais pitoresca povoação do concelho. As gigantescas sequoias dão-nos as boas vindas. Depois, é um contínuo de ruas, pequenos largos e recantos que nos arrebatam pelo pitoresco e singeleza das formas e alvenarias das suas casas. Uma visita ao pequeno, mas precioso Museu é obrigatória, assim como à igreja, que chama a atenção pela sua elegante fachada, vitrais e Via Sacra.
Saindo de Aldeia de João Pires pela estrada de Aranhas, tomamos o caminho agrícola em direção a Salvador. A paisagem induz uma agradável sensação de bem-estar, leveza e liberdade. Paisagem que pode ser apreciada na sua plenitude no miradouro de Santa Sofia ou, se se quiser observar uma das mais espantosas vistas que por estas terras se podem ver, é subir a uma das cristas quartzíticas que afloram na linha de cumeada da serra sobranceira a Salvador.
Já em Aranhas, terra de muitas tradições folclóricas e etnográficas, podemos voltar a apreciar a tradicional arquitetura popular e lembrar tempos em que a proximidade de Espanha recomendava prudência e muita vigilância, as ruínas da Atalaia, construção militar destinada à observação e comunicação de movimentações hostis no vasto campo visual que dali se alcançava.
Apontados ao Norte dirigimo-nos a Meimoa. Antes, contudo, oferece-se-nos a vasta área protegida da Reserva Natural da Serra da Malcata. Património natural de excelência, a Reserva traz o seu nome associado ao Lince Ibérico, espécie em risco de extinção, cujo habitat aqui se procura preservar. Mas a importância desta área protegida, longe de se confinar àquele objetivo, assenta, cada vez mais, na diversidade biogenética que encerra e na extraordinária beleza das sua paisagens. Um lugar onde cada um, à sua maneira, poderá dar livre curso aos seus mais íntimos sentimentos de comunhão com a natureza.
Para retemperar forças, Meimoa é o lugar certo. Os seus restaurantes colhem a preferência das vizinhanças, graças à saborosa comida tradicional. Para além disso, o visitante pode tomar contacto com o passado da aldeia e da região através das coleções de etnografia e arqueologia do Museu Mário Bento, instalado num antigo lagar de azeite, recuperado, ampliado e adaptado para o efeito. No período estival, a Zona de Lazer, enquadrada pela centenária Ponte Velha – ex-libris da aldeia –, é ponto de paragem irresistível!
A caminho do Meimão, espreitamos a albufeira da Meimoa serpenteando por entre montes, onde a prática de desportos náuticos vem progredindo e a pesca desportiva é uma constante. Atravessando o Meimão, não sem espreitarmos a igreja de São Salvador e a capela alpendrada de Santo Estevão, seguimos pela estrada panorâmica que nos guinda ao Alto dos Castanheiros, paredes meias com o vizinho concelho de Sabugal. A vista, lá de cima, é de cortar a respiração.
Depois de um curto trajeto fora do território de Penamacor, entramos no Vale da Senhora da Póvoa, onde a nossa admiração vai para a inesperada visão da Alameda dos Balcões, tendo por fundo a igreja de São Tiago. Não muito longe, fica o Santuário de Nossa Senhora da Póvoa, onde anualmente, pela Segunda Feira de Pentecostes, se realiza uma das maiores romarias das Beiras. A aprazibilidade do local convida a puxar do farnel e a desfrutar das sombras do arvoredo.
Para irmos a Benquerença podemos tomar o caminho rural que corre ao longo do sopé da serra da Opa. O castro de Sortelha-a-Velha, no alto da Alagoa, merece uma visita, a pé (pela banda do Anascer) ou em veículo todo-o-terreno (pelo caminho do canal). Do outeiro onde se ergue a ermida de Nossa Senhora da Quebrada, oferece-se uma bela panorâmica do vale fértil e verdejante que se alonga em direção à Cova da Beira. Em Benquerença, depois de atentarmos nas suas bem-talhadas fontes públicas e no monumental campanário da igreja, podemos repousar e refrescar no agradável espaço natural do Moinho, local perfeito para uma merenda na relva, ao som rumorejante do açude.
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