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Entrudo
O Entrudo é tempo de folguedos! Como as de muitas tradições, as suas origens podem ser apercebidas em variados rituais e épocas, e a sua evolução é fruto dos diferentes modos e condicionamentos do sentir e do viver dos povos ao longo da história. Pelos aspectos antropológicos e dimensão que assumiram, as Saturnais romanas parecem constituir os mais directos antecedentes do nosso Carnaval. Mas podemos recuar a tempos e a civilizações anteriores, a latitudes e longitudes diversas e encontraremos os seus sinais em cultos e rituais de carácter religioso-espiritual, como os consagrados a Dionísios, na Grécia, a Isis, no Egipto, ou a Nertha, a Terra Mãe dos Teutões. Celebrava-se o renascer da Natureza, a saída da noite do Inverno para a luz da Primavera, face aos quais processos prevaleciam alguns sentimentos igualitários que irmanavam os homens de todas as condições.
Eram então permitidas algumas liberalidades comportamentais estritamente cingidas ao período dos festejos, tais como danças febris e inversão de sexos e idades. As máscaras, que inicialmente serviam para o culto dos mortos ou para afugentar espíritos, viriam ao longo das épocas a incorporar a tradição carnavalesca no mundo cristão, perdendo o seu significado mágico e simbólico em favor dos bailes, das mascaradas e chocarrices, consoante a geografia e o contexto social.
Em consequência das profundas transformações das sociedades e suas formas de organização, operadas nas últimas décadas, o Entrudo perdeu muitas daquelas características. Na linha de uma política em defesa da manutenção das tradições, a Câmara Municipal tentou, durante alguns anos, chamar os foliões para a rua, organizando desfiles carnavalescos. Mas vicissitudes várias têm criado dificuldades de mobilização, mantendo-se agora apenas o Desfile das Escolas do Agrupamento Ribeiro Sanches.