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Agricultura
A agricultura tem sido desde sempre a vocação natural deste território. Limitada, até há poucas décadas, pela lenta introdução da maquinaria, justificada pela abundância de mão de obra barata, no caso das casas agrícolas mais proeminentes, ou simplesmente pela falta de recursos dos pequenos agricultores, a que se associava a reduzida dimensão das explorações, sempre muito parceladas, a agricultura continua hoje a ser, apesar de tudo, o setor mais relevante da economia, graças à persistência de culturas tradicionais que alimentam alguma agroindústria, cujos produtos se valorizam pela alta qualidade exibida. O azeite, a azeitona de conserva e o queijo são já produtos de largo escoamento, enquanto os enchidos têm também boas hipóteses de vingar.
Noutro segmento, a produção de mel conhece igualmente um considerável incremento, justificando a criação recente de uma Central Meleira por parte da Meimoacoop, cuja área de influência abrange os concelhos de Sabugal e Belmonte. A produção animal é outro setor importante. Bovinos e gado lanígero constituem o grosso dos efetivos, mas a instalação de uma cunicultura veio provar que outras variantes são possíveis.
Os cereais de pragana conheceram um decréscimo acentuado, motivado pela regressão demográfica e fenómenos associados, mas aumentaram fortemente as possibilidades para outras culturas, que o Projeto de Regadio da Cova da Beira veio propiciar. Infelizmente, a não concretização do emparcelamento, peça fundamental do projeto para o perímetro de Penamacor, está a comprometer a rentabilidade das explorações e o próprio desenvolvimento de toda a economia local.
Churra do Campo
Em 2003, a Câmara Municipal de Penamacor propõe-se salvar da extinção a raça ovina conhecida por Churra do Campo, cujo solar é o próprio concelho de Penamacor, e reabilitá-la aos olhos dos produtores com base na defesa de um património único bem como da sua valorização. O projeto, comparticipado pelo Programa Interreg III – A, contou com as colaborações da Escola Superior Agrária de Castelo Branco e da Cooperativa Agrícola e Desenvolvimento Rural, CRL - MEIMOACOOP, à qual foi confiada a criação do Registo Zootécnico da Raça.
Conseguido o primeiro grande objetivo, o de salvar a raça da extinção, é agora urgente afirmar a ovelha churra como uma aposta certa no caminho da genuinidade e da superior qualidade dos seus atributos, quer no que respeita à carne como ao leite, contra a lógica da maior produtividade que as raças exóticas vieram proporcionar. Associada a estes atributos, a majoração conferida nos apoios comunitários vem também contribuir para a salvaguarda e viabilização deste importante património genético, fruto da evolução gerada na resistência às difíceis condições ambientais da região.
Padrão da Raça
- Cabeça pequena, revestida de lã no frontal e em grande parte dos queixos; orelhas curtas e horizontais; zonas deslanadas com pigmentação castanha;
- Cornos fortes e espiralados nos machos, raros nas fêmeas;
- Pescoço curto, bem coberto de lã, podendo apresentar ligeira barbela;
- Tronco volumoso, peito estreito e costelas pouco arqueadas; dorso e rins curtos e de reduzida largura; garupa de pequenas dimensões e ligeiramente descaída; barriga revestida de lã;
- Membros curtos e finos, mas fortes, geralmente pigmentados de castanho nas zonas deslanadas a partir dos joelhos e dos curvilhões;
- Lã comprida e frisada
- Borregos pequenos de cor castanha e ponta de cauda branca.
Terras do Lince - Marca Registada
Num território escasso em recursos humanos e tecnológicos, a gestão de uma imagem forte e bastante difundida, como é a do lince e, por associação, a da Malcata, representa um excelente veículo de promoção e divulgação não só do próprio território, mas também dos diversos produtos que já lhe estão associados e de outros mais que se lhe possam vir a associar. Neste sentido, a Câmara Municipal de Penamacor tomou a iniciativa de registar a marca Terras do Lince com o propósito de tirar partido de uma imagem distintiva extremamente apelativa para se impor nos diversos mercados e áreas de atuação, com base na autenticidade e especificidades locais, sem descurar os parâmetros de qualidade, entendidos como chave para o sucesso.
Os produtos Terras do Lince encontram-se à venda nos respetivos locais de produção e nos vários postos de venda. Em geral, a distribuição é ainda de âmbito local e regional, mas a Meimoacoop já distribui os seus queijos em Lisboa, e está apostada em colocar a marca em lojas gourmet. Também a Penazeites pensa seguir a estratégia de colocar o azeite Terras do Lince nos mercados onde já se encontra com as suas restantes marcas, nomeadamente o kosher. Neste momento já distribui em algumas zonas do litoral e está ativa na procura de expandir a sua área de distribuição.
Para além destes, integram a lista de produtores Terras do Lince a Padaria Tradicional “O Lagar”.
A garantia de qualidade e genuinidade é assegurada pelo cumprimento de um conjunto de parâmetros por parte de produtores e produtos, onde a certificação de origem é determinante.